sábado, 9 de junho de 2012


TRABALHANDO COM A SOMBRA
            Para se adaptar ao mundo que o cerca, o homem desenvolve uma espécie de máscara, a persona. A persona contém aquilo que é aceito socialmente.
            De modo geral, a sociedade a que pertencemos exige que sejamos gentis, cordatos, que amemos incondicionalmente nossos pais e filhos, dentre outras boas qualificações. A educação que recebemos visa desenvolver essas características. Mas apesar de toda essa educação, e mesmo não sendo aceitos, sentimentos como raiva, inveja, ciúmes, mágoa, solidão continuam existindo dentro de nós. Esforçamo-nos para que não sejam vistos, até mesmo por nós próprios. E assim desenvolvemos a sombra, que é o conjunto destas características não aceitas, não bem-vindas, que se fossem expostas nos tornariam párias da sociedade ou da família que nos criou – guardando-as em nosso inconsciente. Mas, também na sombra poderão existir traços positivos, ou seja, qualidades que não foram desenvolvidas devido a condições externas desfavoráveis ou porque o indivíduo não dispôs de energia necessária para levá-las adiante.
            As sombras podem ser trabalhadas, através de psicoterapia em grupo, abordando-as nas fases de desenvolvimento da infância; ou, individualmente no processo de memória profunda   (PMP) no qual a sombra que se integra é uma personagem de vida passada. O cliente expressa seu aspecto reprimido e guardado na sombra, através da catarse – raiva, ódio, mágoa, traição, dentro outros - compreendendo, perdoando e aceitando-se como seres humanos possíveis de sentir tudo o que é humano.