TRABALHANDO COM A
SOMBRA
Para se adaptar ao mundo que o
cerca, o homem desenvolve uma espécie de máscara, a persona. A persona contém
aquilo que é aceito socialmente.
De modo geral, a sociedade a que
pertencemos exige que sejamos gentis, cordatos, que amemos incondicionalmente
nossos pais e filhos, dentre outras boas qualificações. A educação que
recebemos visa desenvolver essas características. Mas apesar de toda essa
educação, e mesmo não sendo aceitos, sentimentos como raiva, inveja, ciúmes,
mágoa, solidão continuam existindo dentro de nós. Esforçamo-nos para que não
sejam vistos, até mesmo por nós próprios. E assim desenvolvemos a sombra, que é
o conjunto destas características não aceitas, não bem-vindas, que se fossem
expostas nos tornariam párias da sociedade ou da família que nos criou –
guardando-as em nosso inconsciente. Mas, também na sombra poderão existir traços positivos, ou seja, qualidades que não foram desenvolvidas
devido a condições externas desfavoráveis ou porque o indivíduo não dispôs de
energia necessária para levá-las adiante.
As sombras podem ser trabalhadas,
através de psicoterapia em grupo, abordando-as nas fases de desenvolvimento da
infância; ou, individualmente no processo de memória profunda (PMP) no qual a sombra
que se integra é uma personagem de vida passada. O cliente expressa seu aspecto
reprimido e guardado na sombra, através da catarse – raiva, ódio, mágoa,
traição, dentro outros - compreendendo, perdoando e aceitando-se como seres
humanos possíveis de sentir tudo o que é humano.